Jóis Alberto
Ataques de hackers a páginas do governo brasileiro e mobilizações ditas “espontâneas” parecem indicar uma farsa contra o governo Dilma
Um grupo estrangeiro de hackers, denominado “LulzSec” realizou ataques virtuais a páginas do governo federal brasileiro, entre os dias 22 e 25/06/2011, numa ação que surpreendeu a muitos não só por ter revelado a grande vulnerabilidade de sites do governo – de empresas estatais a outros órgãos governamentais – mas também pela grande ousadia do grupo... Após esse atrevimento, essa provocação que beira ao insulto não só ao governo, mas ao Estado e à Nação brasileira, o tal grupo de hackers, que conta com uma “filial” de pirataria cibernética no Brasil, anunciou, através do noticiário da grande imprensa (“O Globo”, “Estadão”, etc), no dia 26/06/11, que iria parar as “atividades” ... Medo da investigação que o governo federal brasileiro mandou a Polícia Federal fazer para identificar as origens do ataque?
A respeito desse tema gostaria, inicialmente, de enfatizar uma argumentação que, a princípio, pode parecer que não esteja diretamente ligada a “ações” políticas de hackers ou a mobilizações populares ditas “espontâneas”, que nascem a partir de convocações na internet, sem a participação de partidos políticos ou sindicatos na liderança...
Assim, primeiramente, quero destacar que sempre sou favorável ao Brasil se alinhar com os EUA e países europeus, como tradicionalmente tem ocorrido ao longo dos governos no Brasil, mas ao mesmo tempo, como tem sido feito principalmente do governo Lula para cá, procurando novos parceiros em outras regiões do mundo, que podem ser tanto nações pequenas como as da África, em especial a África de língua portuguesa, a grandes nações como a China, Índia, Russia, África do Sul...
Apesar disso, da boa vontade que o governo do Brasil mostra para com nações com quem tradicionalmente o nosso País mantém laços de amizade, parece que alguns líderes americanos e europeus querem nos tratar como se fôssemos eterna colônia. Às vezes me parece que esse complexo de superioridade é maior por parte exatamente da Itália e da Inglaterra – neste último país, repórteres da BBC entrevistaram, com grande intimidade, líderes do tal grupo de hackers, após a “ação” contra páginas do governo brasileiro.
É uma pena que a nação do latim, língua-mãe não apenas do idioma italiano, mas também da nossa língua portuguesa, é lamentável que a pátria de Dante, Maquiavel, Gramsci, Bobbio, Fellini, esteja sob o governo desse arrogante ridículo chamado Berlusconi... Esse mesmo Berlusconi que teve a ousadia de se referir ao Presidente Obama como um “pretinho”, como “muito bronzeado” “tostado pelo sol”, etc, com evidente preconceito racial, enquanto Obama, quando esteve recentemente no Brasil, foi muito simpático e não poupou elogios ao Brasil, ao crescente papel de destaque do nosso País dentre as grandes nações, etc etc...
Assim, não duvido que o arrogante governo italiano, que estimula posições extremistas de direita, como xenofobia contra imigrantes, prisão perpétua para ativistas políticos de extrema esquerda ainda dos anos 70, da época da guerra fria, se não está diretamente por trás da ação de grupo de hackers que, nos últimos dias, fez ataques virtuais às páginas do governo federal brasileiro na internet, como algumas pessoas têm cogitado, pode muito bem estimular extremistas da direita a fazê-lo... E pior: contando com apoio de extremistas, oportunistas, arrivistas, elitistas, ressentidos de todos os matizes aqui no Brasil...
Me surpreendeu também que, na mesma semana em que ocorreram os ataques virtuais aos sites do governo federal, coincidentemente a “Carta Capital”, do ítalo-brasileiro Mino Carta, que não se conforma com a decisão judicial favorável a Battisti, tenha saído com uma capa sobre a recente ocorrência, em cidades brasileiras, como em Natal, de protestos políticos cujas convocações nascem de páginas como facebook e twiter, como aconteceu em nações árabes do Norte da África...
Estranha coincidência! Qual a intenção da “Carta Capital”, revista que até então vinha mantendo uma linha editorial imparcial e/ou pró-governo federal, ao publicar tal notícia como matéria de capa? Quem vai acreditar em “espontaneidade” se tal movimento político ocorrer nas ruas do Brasil, como a mídia e a oposição golpistas desejam? O contexto brasileiro é totalmente diferente das nações do Norte da África e Oriente Médio, regiões governadas majoritariamente por decadentes ditaduras! Desse modo, que a querida Presidenta Dilma redobre os cuidados, porque por mais que o governo dela seja moderado e democrático, adversários políticos fora e dentro do Brasil, podem estar conspirando para derrubá-la antes das eleições presidenciais de 2014!
